Nada como olhar pra fora da pequena perspectiva de nós mesmos. Como ser humano, somos realmente uma espécie egocêntrica e sem noção da nossa real influência no conjunto do universo. A nossa existência é ínfima perto da dimensão que todo o resto do cosmo representa. Ver o tipo de discurso de séries como Cosmos é como um balde de realidade que nos derruba e arrepia na alma. Tentar abandonar esse universo que criamos em volta de nossa existência é algo que se mostra difícil de aplicar e lidar sem enlouquecer com a infinidade que nos cerca de forma tão crescente e desconhecida. No entanto, o simples passo atrás para abrir as portas da mente para essa perspectiva já é algo libertador e demonstra grande coragem por parte daqueles que entram nessa jornada. Quando sensações assim chegam a nossa mente é como um tipo de medo e curiosidade pelo desconhecido, a excitação de novas descobertas é algo dúbio que ao mesmo tempo intriga e receia. Vem a minha cabeça a velha historia do homem no trem indo para seu dia normal de trabalho. Basta que ele desça a uma estação antes do que ele deveria para ter uma perspectiva totalmente nova além do vagão da rotina que o aprisiona. Assim enxergo a nossa existência no universo, mas ainda assim me pergunto: quando iremos dar esse passo para fora do vagão? E, pior, será que conseguiremos sair desse vagão abertos a novas perspectivas de nós mesmos ou apenas tentaremos fazer tudo a nossa imagem como sempre tentamos até hoje na historia?
Uma perspectiva fotográfica sobre existir
Cuba, Novembro de 2014.