This blog is about the importance of looking around us. It’s about noticing the ordinary things and trying to see the beauty hidden in them by the rush of everyday life. Follow my steps in the search for photographs, people, places and stories. //// Esse blog é sobre a importância de olhar à nossa volta. Sobre reparar nas coisas comuns e tentar ver a beleza nelas escondidas pela pressa da vida cotidiana. Siga meus passos na busca por fotografias, pessoas, lugares e histórias.
Para mim fotografar é errar! Calma, já vou me explicar.
Esses dias vi alguém refletir sobre a origem da palavra "errar". A palavra vem originalmente do latim errare que significa andar sem destino, vagar, perambular. A partir daí acabou sendo derivada para o sentido de sair do rumo certo, equivocar-se, enganar-se. Saber isso muda totalmente o sentido da frase “errar é humano”.
Somos parte dessa amplidão que se dissipa no todo. Nem mais, nem menos importante que o resto, apenas parte do enredo. Estamos interligados pelo acaso, nos momentos e acontecimentos específicos que desencadearam o agora. Não é de se admirar que perdidos nessa confusão toda tanta gente escolha acreditar na sorte, na fé, no destino... Na falta de respostas se tenta achar qualquer coisa que possa dar rumo e servir como guia nesse mar de perguntas e coisas desconhecidas que enfrentamos todos os dias. A humanidade segue assim há tempos. Se agarrando em crenças e convicções o mais forte que pode. Tudo a fim de sentir menos medo e menos incerteza. Em alguns casos esses sentimentos de insegurança são tão fortes nas pessoas que se prendem a essas poucas respostas e são transformados irracionalmente em preconceitos, violência, indiferença...
Nada como olhar pra fora da pequena perspectiva de nós mesmos. Como ser humano, somos realmente uma espécie egocêntrica e sem noção da nossa real influência no conjunto do universo. A nossa existência é ínfima perto da dimensão que todo o resto do cosmo representa. Ver o tipo de discurso de séries como Cosmos é como um balde de realidade que nos derruba e arrepia na alma. Tentar abandonar esse universo que criamos em volta de nossa existência é algo que se mostra difícil de aplicar e lidar sem enlouquecer com a infinidade que nos cerca de forma tão crescente e desconhecida. No entanto, o simples passo atrás para abrir as portas da mente para essa perspectiva já é algo libertador e demonstra grande coragem por parte daqueles que entram nessa jornada. Quando sensações assim chegam a nossa mente é como um tipo de medo e curiosidade pelo desconhecido, a excitação de novas descobertas é algo dúbio que ao mesmo tempo intriga e receia. Vem a minha cabeça a velha historia do homem no trem indo para seu dia normal de trabalho. Basta que ele desça a uma estação antes do que ele deveria para ter uma perspectiva totalmente nova além do vagão da rotina que o aprisiona. Assim enxergo a nossa existência no universo, mas ainda assim me pergunto: quando iremos dar esse passo para fora do vagão? E, pior, será que conseguiremos sair desse vagão abertos a novas perspectivas de nós mesmos ou apenas tentaremos fazer tudo a nossa imagem como sempre tentamos até hoje na historia?
Faz frio e chove lá fora. Isso me fez lembrar de uma coisa, agora aguentem (ou não tanto faz para mim). Esses dias me perguntaram algo que eu odeio. “ Por que você fotografa isso? ”. Já explicarei porque odeio essa pergunta, antes tenho que desenrolar um pouco o enredo.